O bruxismo é um problema extremamente comum entre os pacientes odontológicos, se tornando ainda mais frequente durante e após a pandemia do coronavírus. Mas, você sabe como o estresse a ansiedade se relacionam com o bruxismo? A odontologista Caroline Malavasi explica detalhes sobre o bruxismo e sua relação com o nosso psicológico. Venha conferir!
O bruxismo pode ser definido por uma desordem caracterizada pelo ranger, apertar e pressionar dos dentes durante o dia ou à noite, ocorrendo com mais frequência durante o sono. Segundo uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 30% da população mundial é acometida pelo bruxismo. No Brasil esse número é ainda maior, até 40% da população brasileira sofre com o problema.
E, quais são as causas do bruxismo?
Genética, estresse, ansiedade e problemas físicos, como oclusão inadequada pela ausência de elementos dentários, mordida cruzada e fechamento inadequado na boca são algumas causas conhecidas do bruxismo e, apesar de ser comum é um condição que precisa ser tratada com antecedência, como explica a doutora Caroline Malavasi, especialista em Ortodontia e mestre em Dentística pela Universidade Federal Fluminense:
“Essa força descompensada aplicada nos dentes pode causar desgastes, sensibilidade, amolecimento e, até mesmo, em casos severos e não tratados, a fratura e consequentemente a perda dos dentes. Fora que também podem ocorrer problemas gengivais, ósseos e na articulação da mandíbula (ATM)”.
O bruxismo é considerado uma condição comum, podendo ser observado em todas as faixas etárias. Porém, estudos mostram que, devido aos fatores emocionais, o bruxismo atinge uma faixa etária prevalente entre 20 a 40 anos, principalmente durante e após a pandemia do novo coronavírus, onde os consultórios de odontologia viram aumentar o número de pacientes em busca de tratamentos para evitar ranger os dentes e consequentemente, casos de fraturas dentárias ocasionadas pelo problema. Apesar disso, também é observado que crianças são bastante atingidas, por conta de hábitos, como sucção digital, chupetas e roer unhas, conforme explica a especialista.
Como tratar o bruxismo?
Para tratar a causa, a odontologista aponta que cada tratamento deve ser individualizado, já que o bruxismo é uma desordem multifatorial, neste caso, é necessário compreender o que causa a condição antes de iniciar o tratamento. Ela também revela que o uso de toxina botulínica pode ser um bom aliado para minimizar os efeitos.
“Em alguns casos, são necessários o uso de ansiolíticos para controle e alcance de estabilidade emocional. Em outros, é necessário reabilitar proteticamente o paciente que tenha perdido dentes (seja com restaurações, coroas ou implantes). Podemos realizar, ainda, a aplicação de toxina botulínica A para diminuir a atividade dos músculos mastigatórios hipertrofiados (masseter e temporal)”, pontua Caroline Malavasi.
Ela explica que a toxina botulínica age inibindo a hiperatividade muscular, reduzindo a contração dos músculos, sem influenciar sobre o sistema nervoso central. Por isso, as aplicações de toxina botulínica podem diminuir os níveis de dor e a frequência dos eventos de bruxismo.
“Os resultados demoram em média de 7-15 dias para aparecer. Após esse período, o paciente deve ser reavaliado, devendo retornar ao consultório para controle e manutenção preventiva após 3 a 4 meses da aplicação”, ressalta.
Outra solução muito eficaz, são as famosas plaquinhas protetoras, que também são utilizadas na maioria dos casos, conforme ressalta a especialista. “Fazemos as plaquinhas protetoras que ajudam a restringir a movimentação e assim, diminuem o atrito capaz de desgastar e afetar os dentes. Essas plaquinhas personalizadas são utilizadas diariamente para dormir e são feitas através de moldes da própria arcada dentária do paciente”.
Para a especialistas, ambos os tratamentos são indicados e minimizam os fatores. Mas é necessário buscar ajuda de um dentista assim que notar algum sintoma de bruxismo, como dor, dentes quebrados, fissuras e dor na articulação temporomandibular (ATM).
“Tanto o tratamento com as placas quanto com a aplicação da toxina botulínica A, apresentam bons resultados. Porém, a toxina pode ser uma alternativa mais interessante por não haver a necessidade da colaboração do paciente para a sua utilização diária, como acontece com a placa intraoral”, finaliza a especialista.
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